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Tolentino Mendonça: o padre madeirense que amanhã sobe a cardeal

O madeirense de 53 anos, torna-se no 6.º cardeal português do século XXI e 2.º membro mais jovem do colégio cardinalício, que já tutela a mais antiga biblioteca do mundo, no Vaticano.

 

O NOVO CARDEAL PORTUGUÊS QUE CONSIDEROU A POESIA A ARTE DE RESISTIR AO TEMPO

 
 

José Tolentino Calaça de Mendonça, que no sábado será elevado a cardeal, nasceu em dezembro de 1965 em Machico, ilha da Madeira, destacando-se como poeta, sacerdote e professor.

Autor de numerosos livros, que o tornaram conhecido pelos portugueses dos mais diversos quadrantes, exerce atualmente as funções de arquivista nos arquivos secretos do Vaticano, sendo bibliotecário da Biblioteca Apostólica.

 
 

Estudou Ciências Bíblicas em Roma e viveu em Lisboa, onde, foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, a instituição que escolheu para o doutoramento em Teologia Bíblica.

Entre as várias funções eclesiásticas que exerceu, foi publicando uma vasta obra de poesia, ensaio e teatro. Colaborou em muitos outros livros como tradutor e organizador.

 

Considerou a poesia, a arte de resistir ao tempo e viu a sua obra, como autor, distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio Pen Club de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para ensaio (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016), O Grande Prémio APE de Crónica (2016) e o Prémio Capri-San Michele (2017).

Iniciou os estudos de Teologia em 1982 e foi ordenado padre em 1990, tendo sido nomeado, em 2011, consultor do Conselho Pontifício da Cultura.

 

Em 2015, foi um dos autores selecionados para os exames nacionais de Português, em 2015.

O novo cardeal designado foi agraciado com duas comendas: Ordem do Infante D. Henrique e Ordem Militar de Sant´Iago de Espada.

 

O HOMEM ESCOLHIDO PELO PRESIDENTE PARA PRESIDIR ÀS COMEMORAÇÕES DO 10 DE JUNHO DE 2020

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a nomeação de Tolentino de Mendonça como cardeal traduz o “reconhecimento de uma personalidade ímpar”, assim como a presença da Igreja Católica na sociedade portuguesa.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a “excecional relevância” de Tolentino Mendonça como “filósofo, pensador, escritor, professor e humanista”, recordando que o convidou para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 2020.

O papa Francisco anunciou a 01 de setembro, que o bispo português Tolentino Mendonça vai ser elevado a cardeal em 05 de outubro, data em que está marcado o consistório para a criação de 13 novos membros do Colégio Cardinalício.

O madeirense de 53 anos, torna-se no segundo membro mais jovem do colégio cardinalício, após o cardeal de Bangui (República Centro-Africana), Dieudonné Nzapalainga, de 52.

Em 26 de junho de 2018, o vice-reitor da Universidade Católica e diretor da Faculdade de Teologia, José Tolentino Mendonça, foi indigitado como arquivista e bibliotecário do Vaticano, cargo para o qual lhe foi atribuído o título de arcebispo.

Tolentino Mendonça ficou a tutelar a mais antiga biblioteca do mundo, substituindo Jean-Louis Bruguès, que assumiu o cargo em 2012.

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