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32.ª Temporada Música em São Roque abre sexta-feira numa edição em streaming

A 32.ª Temporada Música em São Roque, que este ano vai decorrer em streaming, começa na sexta-feira, com o programa “Rosa Immaculata” do Coro Gulbenkian, sobre música mariana ibérica do século XVI, e conta com três estreias absolutas.

A temporada, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sob a direção artística do maestro Filipe Carvalheiro, “optou por um formato exclusivamente online, sendo os concertos transmitidos via ‘streaming'”, anunciou a instituição.

 

Os dez concertos previstos serão transmitidos através da plataforma rtp.pt/play/palco/ e no site da temporada, assim como as cinco sessões de apreciação musical “Ouvidos para a Música”, um ciclo da autoria do maestro Martin Sousa Tavares.

 
 
Igreja S.Roque

As estreias absolutas dizem respeito a composições de César Viana (“O tempo do leque – três madrigais japoneses, sobre poemas do século XVI”, uma encomenda do Ludovice Ensemble para esta Temporada), de Vasco Negreiros (“Como uma Gota de Orvalho”, sobre poesia de Kashmendra [séc.XI], e o Introito gregoriano para a Festa de S. Francisco Xavier), e de Miguel Resende Bastos, vencedor do Prémio Musa 2020.

Haverá ainda estreias modernas de peças de Francisco Sá Noronha, de uma versão portuguesa do Requiem, de Mozart, recuperado pelo Americantiga Ensemble, e do Requiem de Manuel Mendes, o mestre da Escola de Évora, redescoberto pelo Officium Ensemble.

 
 


No dia próximo dia 30, a partir da Igreja de S. Roque, o maestro Jan Wierzba dirige o Ensemble MPMP que vai interpretar a peça “Três Poemas de Eugénio de Andrade”, de Miguel Resende Bastos, composta no âmbito da residência do Prémio Musa 2020, que o jovem compositor venceu com a peça “Um Adeus aos Deuses”.

Do mesmo programa faz parte a estreia moderna de duas missas de Francisco Sá Noronha (1820-1881).

 

A organização refere ainda uma viagem com o Ludovice Ensemble da Europa ao Oriente, na qual se ouvirá música barroca, contemporânea e tradicional asiática.

O agrupamento Avres Serva recuperou peças esquecidas de música sacra portuguesa dos séculos XVIII e XIX, que apresenta em concerto.

 

Um Concerto para duo, por David Costa (oboé) e Pedro Ferro (piano), será inteiramente dedicado a compositores portugueses vivos: Anne Victorino d’Almeida, Nuno Côrte-Real, Sérgio Azevedo e Alfredo Teixeira.

O grupo O Bando de Surunyo vai apresentar “Cantos do fogo e do gelo”, referenciado como “um percurso por alguns dos mais importantes géneros musicais cultivados em Itália e na Península Ibérica, nos séculos XVI e XVII, com particular destaque para obras nas quais a mulher é a protagonista, incorporando diferentes facetas da condição humana: resiliência, empatia, sabedoria, compaixão, ternura e fé”.

 

Além da Igreja de S. Roque, ao Bairro Alto, em Lisboa, os cenários dos concertos, “a portas fechadas”, devido à pandemia, são o Museu de São Roque, contíguo à igreja, e o Convento de São Pedro de Alcântara, do lado oposto da rua de São Pedro de Alcântara.

O cartaz da Temporada, no conjunto, conta também com a Orquestra Barroca Casa da Música, Pedro Caldeira Cabral e Ducan Fox, além do ensemble MPMP, do Americantiga Ensemble, do Coro Gulbenkian, d’O Bando de Surunyo, do ensemble Aures Serva, do Ludovice Ensemble, do Duo David Costa e Pedro Ferro e do Officium Ensemble.

O maestro Martim Sousa Tavares, que dirige o ciclo “Ouvidos para a Música”, realçou à agência Lusa que a transmissão online “permite que a temporada seja apreciada fora de Lisboa, ampliando o público”.

Sobre o ciclo “Ouvidos para a Música”, Sousa Tavares, disse que “tirou partido” do digital e entende este ciclo “como uma série televisiva”, que vai abordar questões atuais como “arte e adversidades”, “a cidade e as serras” sobre “a recente saída das cidades para o campo”, “revoluções silenciosas” e, finalmente, “Vox Populi”, que terá origem nas questões enviadas pelo público, às quais o maestro responderá. “Espero que sejam questões interessantes e desafiantes”, disse.

Este ciclo inclui “músicos de excecção, cujo trabalho deve ser conhecido”, sublinha a programação da Temporada, enumerando os pianistas Rafael Azevedo, Philippe Marques, Duarte Pereira Martins, Mrika Sefa, Marisa Silva e Marta Menezes, a par de outros instrumentistas como André Gaio Pereira (violino), David Silva, (flauta), Carolina Coimbra (harpa) Miguel Costa (clarinete) Daniel Bolito (violino), Francisco Berény (guitarra) e José Carlos Araújo (órgão).

A programação está disponível em https://tmsr.scml.pt/.

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