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E o que disse de tão grave o presidente do Tribunal Constitucional?

Instalou-se a polémica.

 

O novo Presidente do Tribunal Constitucional teve a ”veleidade” de dizer o que pensa e porque aquilo que pensa não está de acordo com os ditames dos partidos moderninhos, apoiantes da libertinagem, está aberta a polémica, com os meios de comunicação social habituais a darem a ajuda de sempre.

 
 

E o que disse de tão grave o presidente do Tribunal Constitucional?

Segundo a comandita dos opinion makers portugueses o Presidente do Tribunal Constitucional não podia dizer que “a verdade – que o chamado lobby gay gosta de ignorar – é que os homossexuais não passam de uma inexpressiva minoria, cuja voz é enorme e despropositadamente ampliada pelos media”.

 
 
MÁRIO CRUZ / LUSA

Ou que numa decisão judicial tenha escrito, contra o voto da maioria, em declaração de voto e já juiz conselheiro do Tribunal Constitucional sobre a gestação de substituição que “resulta da Natureza que os filhos têm mãe e pai”.

Ou quando em 2014, deu uma entrevista ao Público, onde apontava que a Constituição está desajustada e criticou a justiça espetáculo, além do facto de magistrados a comentarem futebol.

 

Mais mais, o Presidente do Tribunal Constitucional conseguiu ter a coragem de dizer:

E por isso os membros corretores das liberdades de expressão da sociedade portuguesa querem que ele se “retrate” ou querem que o Juiz vá ao Parlamento dar explicações, como alega um dos novos “bastonários” dos princípios e valores da sociedade, o inenarrável líder do PAN.

 

Este inenarrável senhor que aparece na política portuguesa para defender os animaizinhos e o ambiente, também já se juntou à tralha e já aparece com o Rei na Barriga querendo mandar em tudo o que mexe.

O líder do PAN, pasme-se, afirma que o Presidente do Tribunal Constitucional tem de se vergar perante o parlamento e justificar, até porque Catarina Martins já “ordenou” que o homem se retratasse.

 

Talvez umas pequenas aulas de história de Direito, de Direito Constitucional ou de introdução ao Direito aos legisladores, para conhecimento das leis vigentes, esclarecessem esta gente. Uma das regras essenciais do Estado constitucional é independência dos juízes e dos tribunais, pelo que propor a comparência de juízes no Parlamento é próprio dos regimes ditatoriais que estes partidos tanto dizem que combatem, mas que o apregoam diariamente como forma de impor à sociedade as suas posições.

E os articulistas, fazedores de opinião de lavagem de cérebro, já saltaram para a arena:

“Devemos tolerar o presidente do Tribunal Constitucional?!”

“Há más ideias bem articuladas. Estas só revelam pobreza intelectual. Que tenhamos este pouco erudito “tolerante” a presidir ao Tribunal Constitucional diz mais sobre o Tribunal Constitucional e a política portuguesa do que sobre ele.”

“Os escritos jurídicos já por si sugeririam, ter João Caupers no Tribunal Constitucional só nos pode fazer sorrir. Tê-lo como presidente entra no reino do insólito. A revelação do seu texto sobre os homossexuais confirma-o, quer pelo discriminatório preconceito, quer pela pobreza intelectual.”

Por isso digo eu hoje, pertencendo à minoria que entende que liberdade de expressão é poder e dever tolerar os restantes e não impor o meu pensamento, digo.

Também eu, enquanto cidadão sobrescrevo o que o presidente do TC afirmou.

Sim, eu também não aceito que ensinem isto aos meus filhos. Isto é impor, condicionar e acima de tudo tentar influenciar as crianças.

Deixem-nas ser livres. Ensinem-lhes o que é o estado de direito. Como se devem comportar em sociedade. Como agir politicamente e defender os seus direitos (sim, defender os direitos não é fazer greves, nem manifestações à porta das escolas). Ensinar os nossos filhos a seguir os meios colocados à disposição dos cidadão para defender os seus direitos é o meio correto, é a alternativa a que devem recorrer. E seria para defender os direitos que eles próprios defendem em função daquilo que pensam pela sua cabeça e não pela cabeça dos iluminados que acham os jovens são apenas instrumentos de futuro e que a palavra tolerância só deve existir para o lixo de sociedade que nos impõem todos os dias e na certeza de que quando outros o tentam fazer com outra visão, devemos recorrer à pilhagem, à revolução, até que estejamos todos de acordo em transformar isto na Venezuela da Europa.

Nisso não contem comigo…

E contamos com um Presidente do Tribunal Constitucional, que pelo menos não tem medo de ser livre… e assim esperamos que continue.

Até para a semana…

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