Faça-se silêncio…
Não há pensamento sem silêncio nem amor sem quietude. Coabitamos em demasia com o alvoroço de um mundo repleto de pessoas tumultuosas interior e exteriormente. Faça-se silêncio…
Façamos do nosso interior um “santuário” de calma, de paz e de concórdia. Vivamos o dia e contemplemos a noite, tracemos planos e alcancemos os sonhos que, desde cedo, brotam dentro de nós e abrigam as mais penetrantes promessas.
Os quotidianos infernais dos tempos atuais não nos deixam sequer parar para comtemplar, para ouvirmos, no silêncio do momento, o nosso coração. Julgo oportuno partilhar convosco um velho dito popular, “temos dois ouvidos e uma boca”, o que nos relembra a verdadeira importância do ouvir mais e do falar menos. O cultivar do silêncio dentro do mais íntimo do nosso ser contribui para uma fonte de pensamentos mais saudáveis e perspicazes.
No entanto, não pensemos apenas no silêncio como sendo a ausência de palavras. Este silêncio implica a abertura dos nossos corações a novas vozes, a novas ideias e também a novas perspetivas salutares. De facto, quantas vezes não suspiramos por breves momentos de descanso e de silêncio, pela leitura de um bom livro, pelo tempo para meditar e rezar, tempo este fundamental para nós mesmos.
De certo modo, por vezes, a nossa melhor defesa e o nosso melhor companheiro é o silêncio, este repousar e recolher de energias que despoletarão vidas mais tranquilas e felizes, com o foco nas coisas que verdadeiramente importam para o nosso coração.