Procissão do «Ecce Homo» encheu de silêncio ruas do centro de Braga
Milhares de pessoas assistiram, ontem, quinta-feira santa, à Procissão do Ecce Homo,que contou com transmissão em direto na VMTV e que percorreu as ruas do centro da cidade de Braga. A procissão teve início na Igreja da Misericórdia com os Farricocos a darem início ao cortejo religioso.
A procissão integrou muitas figuras aleatórias da Ceia e do julgamento de Jesus, desde 2004, incorporando-se, no cortejo religioso, alegorias das catorze obras de misericórdia, bem como figuras históricas ligadas à fundação das Misericórdias. Várias delegações de Misericórdias do Minho e do país também incorporaram a procissão do “Ecce Homo”.
É uma das manifestações mais significativas que compõem as solenidades bracarenses da Semana Santa. Popularmente conhecida como a procissão do Senhor da Cana Verde ou dos Fogaréus, evoca o julgamento de Cristo, quando Pilatos, dirigindo-se à multidão, proclamou: “Eis o Homem”, que em latim se pronuncia “Ecce Homo”, daí o nome dado à imagem que é transportada solenemente neste préstito. A origem e fundamento desta procissão deriva das práticas devocionais introduzidas no nosso país pelas Misericórdias.
No dia da “desobriga” um préstito de penitentes que percorria as ruas em orações e lamentos. O imaginário ainda hoje é marcado pelo negrume das trevas, numa espécie de apelo ao arrependimento pelos males praticados ou cogitados.
Os farricocos (ou fogaréus), ainda hoje integrados na procissão, são a personificação dos penitentes que ao longo dos séculos integraram esta manifestação. Além de muitas figuras alegóricas da Ceia e do julgamento de Jesus, desde 2004 incorporam-se na procissão alegorias das catorze obras de misericórdia, bem como figuras históricas ligadas à fundação e à história das Misericórdias, especialmente à de Braga. Desde há alguns anos incorporam-se também delegações de Misericórdias de diversos pontos do país.