Consórcio Minho Inovação apresentou livro roteiro «Descobrir o Minho com Maria Ondina Braga»
O livro roteiro «Descobrir o Minho com Maria Ondina Braga» escrito em coautoria pelos professores universitários, Isabel Pinto Mateus e Cândido de Oliveira Martins, foi apresentado na passada sexta-feira (dia 20) na Casa Museu Camilo Castelo Branco
em Seide, Vila Nova de Famalicão.
Na cerimónia para além dos autores, estiveram presentes a Secretária Executiva da CIM do Ave, Marta Coutada, em representação do Consórcio Minho Inovação que engloba as CIM do Cávado, do Alto Minho e do Ave, a vereadora do Turismo do Municipio de Famalicão, Luísa Azevedo, o diretor do Museu, Manuel Oliveira, entre outras ilustres personalidades.
Este projeto de Livro-Roteiro, é mais um contributo para o trabalho desenvolvido pelo PROVERE Minho Inovação, ao que à Identidade Cultural do Minho diz respeito, que visa potenciar a valorização do território.
Marta Coutada sublinhou que “a ideia foi criar um roteiro turístico-cultural que nos permitisse conhecer a região pelos ‘olhos’ desta escritora cujo centenário de nascimento ocorreu o ano passado. Foi precisamente nessa altura que fomos desafiados a constituir este roteiro que é inovador. Este livro vai permitir que consigamos olhar para todos os municípios do Minho de outra forma. Com este
livro roteiro podemos absorver a cultura literária da escritora e ver outros pormenores de vários locais por onde já passamos e não vimos o que ela viu, mas que efetivamente existem e são importantes”.
Para os coautores da obra, Maria Ondina Braga é amante da ficção. A escritora é natural de Braga, e esta ligação ao Minho é sobretudo umbilical, o que torna a sua escrita mais realista. A poetisa viajou por quatro continentes, e pôde fazer uma avaliação daquilo que são as suas raízes. A partir daqui fez uma espécie de leitura em escala do resto do mundo, por isso, “pareceu-nos fazer sentido aproveitar toda a sua sabedoria e reescrevê-la de forma mais clara e objetiva”, declarou Isabel Mateus.
Nos seus textos de natureza autobiográfica, as referências às paisagens dos vários concelhos, são frequentes. Braga tem protagonismo, mas há uma atração especial pelas paisagens do litoral. “Esposende tem para ela uma magia especial por ser à beira-mar. Também se denota uma predileção particular por algumas figuras humanas, como os pescadores, por exemplo, que se percebe que tocam no lado
mais emocional de Maria Ondina. As mulheres também são figuras a quem dá especial relevo nas suas obras, sejam eles contos, romances ou uma narrativa autobiográfica”, frisou Cândido de Oliveira Martins.
Durante a sessão os professores frisaram a sua paixão pela escritora e a importância de celebrar o centenário do seu nascimento com uma homenagem à sua escrita que nos leva a viajar pelo Minho conseguindo abordar perspetivas distintas e beber da sua cultura ficando com uma imagem mais clara e detalhada deste território.
Maria Ondina Braga foi preceptora e professora, cultivou vários géneros literários, do romance e do conto à ficção autobiográfica e memorialística, colaborou ativamente em diferentes jornais e revistas.
De horizontes cosmopolitas, viajou por vários países do mundo na Europa, África e Ásia, sem esquecer o Brasil. Trabalhou em França, Inglaterra, Angola, Macau e China. Também viajou muito em Portugal, sobretudo na região Norte de Portugal, muito em particular o Minho. Por isso, é muito oportuna a publicação de um roteiro turístico-cultural que nos permite viajar e apreciar paisagens e atmosferas do Minho através do olhar e da sensibilidade de Maria Ondina Braga.
