Desligada da corrente, discoteca alentejana resiste para reabrir portas
A pandemia de covid-19 está a empurrar para o abismo as empresas de diversão noturna, como é o caso da discoteca Alexander’s, em Santiago do Cacém (Setúbal), que há nove meses resiste para voltar a abrir as portas.
Acostumado ao ritmo de outros tempos, o proprietário da discoteca, Alexandre Matos, dedica-se agora a limpar o espaço, que está fechado, para garantir a longevidade dos equipamentos que, um dia, voltarão “a animar a clientela”.
“Em dias de eventos, chegava a fazer 20 quilómetros a percorrer todos os espaços. Agora, também faço questão de andar por aqui, mas o ritmo é mais lento”, desabafa.
Todos os dias, sem exceção, o empresário e a mulher passam horas na Quinta das Tílias, um espaço com mais de sete hectares, à entrada da cidade de Santiago do Cacém, onde ergueu o seu “império”. Além da discoteca, criou ainda um salão para casamentos e outros eventos e um alojamento local.
“Pela minha saúde mental tenho de vir cá todos os dias porque é muita pressão. Tenho de esquecer, fazer frente e aguentar isto até que passe esta pandemia”, sublinha o empresário, que aos 21 anos se lançou nesta aventura.
O proprietário é o principal rosto de um espaço que apelida de “instituição da noite”, local incontornável de diversão, em funcionamento há 36 anos, mas que a pandemia de covid-19 veio “desligar da corrente”.
“Abrimos em fevereiro, para o 36.º aniversário, e a partir daí foi tudo cancelado. Tínhamos as grandes festas do verão para fazer e até agora não fizemos mais nada, inclusivamente, na área dos eventos, tínhamos casamentos e bailes de finalistas com mais de 400 pessoas, mas foi tudo cancelado”, relata.
O alarme causado pelo SARS Cov-2, um vírus inicialmente desconhecido e com uma elevada taxa de mortalidade, levou a que, “logo no grande confinamento, houvesse um pânico geral e as pessoas optassem por cancelar os eventos e reagendar alguns para o próximo ano”.
Lusa