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Festa das Colheitas chama jovens para mundo rural mais verde e competitivo

“Aqui estão os melhores produtos do mundo. Com sabores únicos e que podem ser apreciados num ambiente de grande animação popular e genuína, das gentes do mundo rural”. A presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, lançou assim a abertura oficial da Festa das Colheitas – XXXI Feira Mostra de Produtos Regionais.

 

Assumindo a afirmação de “um território com orgulho nas suas tradições e marcas identitárias, como o Lenço de Namorados”, Júlia Rodrigues Fernandes assumiu a “aposta estratégica numa agricultura moderna, capaz de atrair os jovens e superar o mercado global sempre mais competitivo”.

 
 

“O mundo rural não pode ficar apenas a olhar para trás e tem como missão superar os desafios da agricultura moderna. O nosso património e as tradições e marcas da nossa identidade são fatores únicos e de diferenciação, que nos tornam mais fortes para encarar o futuro”, apontou a autarca.

Mesmo num “território privilegiado como o concelho de Vila Verde”, a presidente da Câmara defendeu como “uma emergência” que o mundo rural assuma as causas dos novos tempos, como o combate às alterações climáticas e a adaptação a sistemas de melhor gestão dos recursos hídricos.

 
 

“Temos os melhores produtos do mundo e um património natural extraordinário. É nosso dever assegurar que as gerações futuras também tenham acesso a este património: um bom bife e boa carne de animais do campo, frutos e cereais de qualidade”, desafiou Júlia Fernandes.

Numa postura ambiciosa, a autarca vincou a determinação em atrair cada vez mais jovens para a agricultura, recusando visões mais pessimistas sobre o mundo rural e aproveitando a tendência de aumento de novas culturas no concelho – identificadas pelo presidente da Atahca, Mota Alves.

 

O despovoamento e a falta de apoios nas zonas de minifúndio, mais sentidas no norte do concelho, despertam perspetivas negativas do líder associativo, que condenou a discrepância do governo na classificação de freguesias do Cávado (que estão a perder mais de 20 por cento da população) como urbanas em contraponto com cidades de pequenas de mil pessoas que são classificadas como rurais. A situação provoca desigualdade no acesso a financiamentos e apoios, agravando assimetrias e prejudicando o objetivo da coesão.

Em contraponto, o diretor regional adjunto de Agricultura e Pescas do Norte, José Matias, destacou o valor acrescentado da atividade agrícola e do mundo rural que pode ser apreciado na Festa das Colheitas de Vila Verde, sobretudo “pela sua pujança e grande envolvimento de instituições, associações e produtores”.

 

José Matias enalteceu o aspeto pedagógico da Festa das Colheitas e a aposta nos produtos endógenos. E elogiou o contributo para ajudar a que a população em geral, sobretudo as pessoas que vivem no meio urbano, a encararem a agricultura de forma mais positiva e moderna, sobretudo ao nível da defesa do meio ambiente.

Programa diversificado

 

A Festa das Colheitas decorre até domingo, contando com 118 expositores e uma enorme panóplia de eventos para divulgação, promoção e valorização das imensas potencialidades do mundo rural e da agricultura.

Uma das maiores áreas de exposição destina-se a produtos agrícolas e gastronómicos, como doces, fumeiro, queijo, chocolate, vinho e azeite. A Feira-Mostra inclui artesanato diverso, desde bordados, linho, tecelagem, cestaria, trabalhos em madeira, bijuteria artesanal, entre outros.

Um magusto típico, uma desfolhada minhota e a pisada de uvas, assim como a XIX Feira Tradicional, fazem parte dos eventos em torno de “tradições agrícolas que convidam a reviver o passado”, sempre acompanhados pelo folclore e tocadores de concertina.

Assumindo-se também como área de promoção da produção vinícola, o Festival Gastronómico envolve a participação de dois restaurantes e quatro tasquinhas, a que acrescem cinco espaços de petiscos e tapas dinamizados por associações do concelho.

A Festa do ‘Caurdo’, com a disponibilização de 19 sopas diferentes, servidas por grupos folclóricos e etnográficos, é um dos eventos gastronómicos de referência e que vai já na vigésima edição, atraindo milhares de pessoas ao recinto do Campo da Feira.

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