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Final distrital – 7 Maravilhas da Cultura Popular

A RTP realiza ao longo do dia de hoje em Montalegre o programa da final distrital de Vila Real relativo à eleição das 7 Maravilhas da Cultura Popular.

 
RTP

Uma transmissão em direto, que será transmitida a partir do Castelo de Montalegre e pode ser vista na RTP1 e na RTP Internacional entre as 10h00 e as 13h00 e entre as 14h30 e as 17h30.

 
 

De referir que o concelho de Montalegre apresenta dois trunfos a concurso. Estão abertas as linhas de votação para eleger a “Sexta 13 – Noite das Bruxas” e a Ponte da Misarela.

Poucas festas em Portugal conseguem, de modo tão afrmativo e unânime, associar a cultura popular aos desafos da contemporaneidade. A “Sexta 13” – Noite das Bruxas, em Montalegre constitui, provavelmente, o mais disseminado exemplo da reinvenção das tradições populares de Trás-os-Montes.

 
 
Castelo de Montalegre


A sua essência reside nos serões tradicionais de Barroso, espaço onde o fadeiro de contos e estórias do arco da velha preenchiam as longas noites de invernia. Contos e lendas, magia e superstição, trocadilhos e lengalengas eram partilhados com os mais novos, resultando num processo de transmissão da sabedoria e cultura popular de Barroso, hoje em processo de recuperação.

Parte desta tradição oral, sobretudo ligada à superstição e ao fantástico, foi recuperada pelo padre Fontes no início da década de 1980, por intermédio do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes e, posteriormente, transposta para os restaurantes e espaços públicos de Montalegre dando origem à “Sexta 13” – Noite das Bruxas. A longevidade da “Sexta 13”, associada à sua permanente reinvenção, preconiza a natureza agregadora e fraterna das grandes celebrações transmontanas.

 

Elementos estruturantes do evento como a superstição, o misticismo, a festa como fenómeno de exaltação social e contexto de celebração pública mas, principalmente, um curioso sentimento de afrontação a todas as formas dogmáticas de olhar a vida, moldam a sua matriz identitária.
Assente na superstição ligada, por um lado ao número 13 onde, como refere o padre Fontes «Os dias 13 são de azar, assim como o número 13. Estando 13 pessoas à mesa, uma delas morre. É preciso pôr, nem que seja uma criança, ou sair um dos comensais” e, por outro, à sexta-feira em que “às terças e sextas nem urdas a teia, nem cases a flha», o evento eleva a cultura Galaico-Barrosã ao patamar de grande festa popular.

A relação com a Galiza é umbilical, plasmada na récita do esconjuro, poema/feitiço
com raízes do outro lado da “fronteira viva”, onde o misticismo e a superstição desempenham papel semelhante no imaginário coletivo.
O magnífco espetáculo de teatro, que conquista por uma noite o Castelo de Montalegre e o centro histórico de Montalegre, é realizado tendo por base contos e lendas ancestrais de Barroso e da Galiza e protagonizado por companhias teatrais de ambos os lados da raia. A economia local e regional são fortemente envolvidas. A hotelaria da região – desde Braga a Chaves – esgota para o evento. Na restauração, a gastronomia tradicional de Barroso revela-se aos visitantes: o fumeiro de Montalegre, o cozido barrosão e a cozinha temática são um dos pontos altos da “Sexta 13” – Noite das Bruxas.

 

A qualidade e o alcance mediático da festa valeram-lhe alguns prémios: Prémio Revelação do Ano, em 2009, e Melhor Evento Público, em 2010 e 2012. Em 2019, a “Sexta 13” foi certifcada como EcoEvento, pela Environment Global Facilities.

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