Mulher adotou 118 crianças para as obrigar a trabalhar e obter benefícios fiscais
Em maio do ano passado, foi descoberto que a ‘Love Mother’, como era apelidada, tinha quase o equivalente a três milhões de euros divididos em várias contas bancárias.
Li Yanxia, uma mulher de 54 anos, conhecida como ‘Love Mother’ na sociedade chinesa, foi condenada a 20 anos de prisão, na quarta-feira, pelos crimes de extorsão, fraude, falsificação de documentos e distúrbio da ordem pública. No tribunal de Wu’an, na província de Hebei, a filantropa também foi sentenciada, na última quarta-feira, ao pagamento de uma multa de 388 mil dólares (o equivalente a 347 mil euros).
Yanxia abusou do poder que tinha devido ao orfanato e cometeu fraude com outras pessoas para conseguir benefícios económicos graças às vítimas. O companheiro da criminosa, Xu Qi, foi condenado a doze anos e meio de prisão e a aproximadamente 156 mil euros de multa. Os restantes cúmplices ficarão atrás das grades durante quatro anos.
Ao longo dos anos, consolidou uma fortuna elevada e tornou-se uma das mulheres mais ricas de Hebei. A verdade é que chegou a investir numa empresa de exploração de minas de ferro e tornou-se a principal acionista anos depois. “Vi uma menina de cinco ou seis anos a correr pela mina. O pai tinha morrido, a mãe tinha fugido e decidi adotá-la. Foi a primeira pessoa que ficou à minha guarda” narrou a mulher ao Yanzhao Metropolis Daily. No tabloide chinês Global Times, é possível perceber que, através do orfanato ‘Love Village’, Yanxia tornou-se presença assídua nos media – aliás, os jornalistas chegaram mesmo a escrever que tinha sofrido de cancro e gasto toda a fortuna com os institucionalizados, sendo absolutamente generosa.
O número máximo de crianças, na instituição, atingiu o valor mais elevado em 2017: 118 crianças estavam a cargo de Yanxia. Nesse ano, o governo chinês recebeu “dicas” de cidadãos que o alertou para as atividades suspeitas levadas a cabo pela suposta filantropa. Em maio do ano passado, foi descoberto que a ‘Love Mother’, como era apelidada, tinha quase o equivalente a 3 milhões de euros divididos em várias contas bancárias bem como veículos de luxo das marcas Land Rover e Mercedes Benz. Segundo informação veiculada pelo governo, Yanxia desenvolvia atividades ilegais desde 2011.