Navio de recolha de informações oceânicas do Ministério da Defesa da Federação Russa acompanhado pela Força Aérea Portuguesa
Navio Yantar, “Янтарь” (“Âmbar” em Português), IMO 7524419, afecto ao GUGI (“Glavnoye upravlenie glubokovodnikh issledovanii”, “Главное управление глубоководных исследований”), o Departamento Principal de Pesquisa Oceânica de Profundidade do Ministério da Defesa da Federação Russa, acompanhado ao largo da costa continental Portuguesa, ao início da tarde de 18 de Janeiro de 2025, por aeronave da Força Aérea Portuguesa (FAP), C-295MPA (16709, 3434D6) a operar a partir da Base Aérea N.º 6 (BA6) com o “callsign” SNOUT01. Foi também acompanhado pela Marinha Portuguesa, com envolvimento da fragata NRP D. Francisco de Almeida (F334) e do navio patrulha oceânico NRP Setúbal (P363).
Foi antes acompanhado, a 24 Novembro de 2024, pelas Forças Armadas Portuguesas, aquando da sua entrada no Mediterrâneo, ref. https://espada-e-escudo.blogspot.com/2024/11/navio-de-recolha-de-informacoes.html , rumando ao Mediterrâneo Oriental. A 25 de Dezembro de 2024 seria referenciado a 2,5 milhas náuticas a Sudoeste do Porto de Tartus (“طرطوس”) na Síria. Posteriormente, já em rumo de saída do Mediterrâneo, na manhã de 11 de Janeiro de 2025, aportou em Argel (“الجزائر”), capital na Argélia, de onde largaria na tarde de 14 de Janeiro de 2025. Efectuou passagem, a 15 de Janeiro de 2025, sobre o local de afundamento (a 23 de Dezembro de 2024) do navio cargueiro “Ursa Major” do Ministério da Defesa Russa, ref. https://espada-e-escudo.blogspot.com/2024/12/navio-cargueiro-da-oboronlogistics-llc.html , a cerca de 50 milhas náuticas a norte do porto argelino de Orão (“وهران”), realizando passagens de varrimento a velocidade inferiores a 3 nós.
Ao início da tarde de 17 de Janeiro de 2025, cruzaria o Estreito de Gibraltar rumo a Oeste, estando, pelas 13:25 UTC desse mesmo dia a navegar a 12,9 nós, com rumo 104° (Oeste), a cerca de 3 milhas náuticas a Sul de Tarifa (Espanha). Ruma agora para Norte, de regresso provável a Olenya Guba (“Оле́нья Губа́”), em Murmansk, na Federação Russa.
O Yantar (“Янтарь”), da classe Project 22010, ao serviço da Federação Russa desde 23 de Maio de 2015, desloca 5 373 toneladas, com 108 metros de comprimento e 17,2 metros de boca, capaz de uma velocidade de 15 nós e 8 000 milhas náuticas de autonomia. Com uma tripulação de cerca de 6 dezenas de elementos, pode transportar e operar até dois submersíveis de profundidade, Project 16810 “Rus” (“Русь”, AS-37) e Project 16811 “Consul” (“Консул”, As-39), capazes, respectivamente, de alcançar os 6 000 e os 6 270 metros de profundidade, equipados com camaras e braço manipulador, podendo colocar ou remover objectos do leito oceânico até 200 kg. Estes submarinos, com cerca de 25 toneladas e 8,5 metros de comprimento, com até 3 tripulantes, são colocados em operação, com gruas e cabos especializados, a partir do hangar com portas a estibordo (visível nas fotos). Podem operar durante 12 horas e sustentar uma velocidade de 2 a 3 nós. À ré, com outro hangar, estruturas de lançamento e recolha, e torre de controlo, podem ser operados veículos submarinos de operação remota (ROV, “Remotely Operated Underwater Vehicle”), e.g., RT-1000 (que pode alcançar de 1 000 a 2 000 metros de profundidade) equipado com braços manipuladores de 7 eixos, capacidade de lidar com massas de 135 kg, e podendo, modularmente, receber ferramentas de corte e perfuração.
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”