Navio de recolha de informações oceânicas do Ministério da Defesa da Federação Russa acompanhado pela Marinha Portuguesa
Costa Continental de Portugal
24 de Novembro de 2024
Navio Yantar, “Янтарь” (“Âmbar” em Português), IMO 7524419, afecto ao GUGI (“Glavnoye upravlenie glubokovodnikh issledovanii”, “Главное управление глубоководных исследований”), o Departamento Principal de Pesquisa Oceânica de Profundidade do Ministério da Defesa da Federação Russa, acompanhado ao largo da costa continental Portuguesa, a 24 de Novembro de 2024, pelo NRP Sines (P362), Navio Patrulha Oceânico da Marinha Portuguesa, comandado pelo Capitão-tenente Vítor Silva Santos, e a operar a partir da Base Naval de Lisboa, da qual largou ao final da tarde de 22 de Novembro de 2024 (e à qual regressaria na tarde de 25 de Novembro de 2024).
Referenciado no Atlântico Norte, ao largo da costa Norte da Noruega, a 2 de Novembro de 2024, proveniente de Severomorsk (Murmansk) na Federação Russa, o Yantar rumou a Sul, cruzando o Canal da Mancha de 9 para 10 de Novembro de 2024. Na saída deste, rumou a Norte e, acompanhado pelas Forças Armadas do Reino Unido, esteve no Mar da Irlanda (ao largo da Ilha de Man). Rumaria mais tarde para Sul, cruzando a costa continental Portuguesa, que atravessaria de 23 a 24 de Novembro de 2024, prosseguindo com destino ao Mediterrâneo, cruzando Gibraltar cerca das 05:00 UTC de 25 Novembro de 2024. Pelas 05:41 UTC de 25 de Novembro de 2024, navegava, a cerca de 6 milhas a Norte de Ceuta, a 13,6 nós e com rumo 83.3° (Leste), referenciando como destino o porto de Argel (“الجزائر”), na Argélia.
O Yantar (“Янтарь”), ao serviço da Federação Russa desde 23 de Maio de 2015, desloca 5 373 toneladas, com 108 metros de comprimento e 17,2 metros de boca, capaz de uma velocidade de 15 nós e 8 000 milhas náuticas de autonomia. Com uma tripulação de cerca de 6 dezenas de elementos, pode transportar e operar até dois submersíveis de profundidade, Project 16810 “Rus” (“Русь”, AS-37) e Project 16811 “Consul” (“Консул”, As-39), capazes, respectivamente, de alcançar os 6 000 e os 6 270 metros de profundidade, equipados com camaras e braço manipulador, podendo colocar ou remover objectos do leito oceânico até 200 kg. Estes submarinos, com cerca de 25 toneladas e 8,5 metros de comprimento, com até 3 tripulantes, são colocados em operação, com gruas e cabos especializados, a partir do hangar com portas a estibordo (visível nas fotos). Podem operar durante 12 horas e sustentar uma velocidade de 2 a 3 nós. À ré, com outro hangar, estruturas de lançamento e recolha, e torre de controlo, podem ser operados veículos submarinos de operação remota (ROV, “Remotely Operated Underwater Vehicle”), e.g., RT-1000 (que pode alcançar de 1 000 a 2 000 metros de profundidade) equipado com braços manipuladores de 7 eixos, capacidade de lidar com massas de 135 kg, e podendo, modularmente, receber ferramentas de corte e perfuração.
O NRP “Sines” foi construído nos Estaleiros do Consórcio West Sea – Thales Edisoft, em Viana do Castelo, e entrou ao serviço da Série II da classe de navios patrulha oceânicos “Viana do Castelo” da Marinha Portuguesa, com o número de amura P362, a 6 de Julho de 2018. Com uma guarnição de até 44 elementos (8 oficiais, 9 sargentos e 27 praças), desloca 1 850 toneladas, com um comprimento de 83,1 metros, uma boca de 12,95 metros e um calado de 3.82. Alcança uma velocidade de 21 nós. Está actualmente armado com 2 metralhadoras pesadas Browning M2 em calibre 12,7mm, a que poderão acrescer metralhadoras médias MG3, em calibre 7.62mm, quando embarca elementos destacados do Corpo de Fuzileiros. É um dos 4 navios da sua classe (composta por 2 navios da Série I e 2 navios da Série II).
Foto via Marinha Portuguesa
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”