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NRP Bartolomeu Dias executa disparos com peça Oto Melara de 76mm em viagem de instrução de cadetes

Oceano Atlântico, Portugal
Agosto de 2024

 

Disparos da peça OTO Melara de 76 mm da NRP Bartolomeu Dias, fragata com o número de amura F333 da classe do mesmo nome da Marinha Portuguesa, comandada pelo Capitão-de-fragata Elias Véstia Cagarrinho, no decurso da viagem de 3 semanas de instrução aos 37 cadetes do 3.º e 4.º ano da Escola Naval, de 2 a 23 de Agosto de 2024. Sobre o convés podem ser observados vários invólucros das munições de calibre 76×636mmR já disparadas. Podemos ainda observar um equipamento de radar de medição de velocidade (MVR,”Muzzle Velocity Radar”), da RSL Electronics, instalado em linha com a horizontal da peça, mais próximo da união com a torre, que permite aferir a velocidade inicial do projéctil após saída do cano (validando as tabelas balísticas).

 
 
Foto via Marinha Portuguesa

A OTO Melara “Compact” 76/62 tem um peça de 4,7 metros de comprimento (62 calibres), projectando as suas munições de calibre 76×636mmR com uma velocidade inicial de 915 m/s e uma cadência máxima que pode ascender aos 85 a 100 disparos por minuto (com até 80 munições no sistema de carregamento) . Conforme a tipologia de carga e projectil em uso pode ter um alcance máximo entre os 16 e os 20 km.

Pode endereçar alvos de superfície e alvos aéreos, podendo contar com munição de tipologia HE PFF (“High Explosive Pre-Formed Fragments”, “Alto Explosivo Fragmentos Pré-Formados”), aptas para uso contra objectivos de superfície (e.g., lanchas-rápidas) ou aéreos (e.g., mísseis ou aeronaves), contendo cubos de metal de alta densidade (tungsténio) destinados, com detonação por proximidade (ou contacto), a serem espalhados em nuvem sobre o objectivo e, assim, de o conseguir destruir ou colocar fora de acção. A munição padrão, de alto explosivo de fragmentação, tem uma massa total de cerca de 12 kg compreendendo um projéctil com cerca de 6 kg.

 
 

O navio, que visitou os portos de Aveiro e do Funchal, realizou exercícios de combate a emergências a bordo, operações navais em companhia (a que juntou o NRP Setúbal (P363), navio patrulha oceânico da classe Viana do Castelo; e o NRP Tejo (P590), navio patrulha oceânico da classe Tejo), acompanhamento de contactos de interesse, exercícios de oportunidade com marinhas aliadas (com dois navios da Marinha Grega, a fragata HS Kanaris (F464), classe Elli, e o navio-reabastecedor HS Prometheus (A374), classe Etna, que estavam igualmente a realizar a viagem de instrução de final do ano lectivo, ao largo da Costa Ocidental Portuguesa; tendo sido realizada, entre 12 e 13 de Agosto de 2024, uma operação de RAS (“Replenishment at Sea”) com o HS Prometheus), exercícios com veículos aéreos não tripulados e operações com aeronaves.

O NRP Bartolomeu Dias é um navio de luta anti-submarina, construído no estaleiro de Schelde Group (Holanda) e originalmente lançado a 16 de Maio de 1992 e que viria a servir como HNLMS Van Nes (classe Karel Doorman) na Marinha Holandesa. Entrou ao serviço da Marinha Portuguesa a 16 de Janeiro de 2009, como o primeiro navio da classe Bartolomeu Dias. Tem um comprimento de 122,25m, uma boca máxima de 14,4m, deslocando 3 320 toneladas, com uma velocidade máxima de 20 nós na variante de propulsão diesel (e de 29 nós na variante de turbinas a gás). Está armado com uma peça de artilharia OTO Melara de 76 mm; com até 16 mísseis Mk 48 VLS Sea Sparrow (curto alcance de defesa antiaérea); com até 2×4 mísseis Harpoon (longo alcance, anti-navio); com 2×2 tubos lança torpedos MK46; com sistema de defesa antimíssil e superfície, “Close-In Weapons System”, CIWS Goalkeeper, assente num canhão GAU-8 Avenger de 30 mm com 7 canos rotativos (“Gatling”); e podendo estar equipada com um helicóptero Westland Lynx Mk95, para o qual possuí hangar e convés de voo.

 

Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”

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