Papa deixa mensagem de esperança para «tempos incertos e difíceis»
O Papa disse ontem que o mundo precisa de “artesãos de fraternidade” para superar os desafios de 2022, um ano que começa ainda sob a sombra da pandemia de Covid-19.
“Ainda vivemos tempos incertos e difíceis, devido à pandemia. Muitos estão com medo do futuro e oprimidos por situações sociais, problemas pessoais, os perigos que vêm da crise ecológica, injustiças e desequilíbrios económicos globais”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação do primeiro ângelus do novo ano.
Francisco destacou que a Igreja vive ainda o clima da celebração do Natal, assinalando hoje a solenidade litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus.
“O novo ano começa com Deus que, nos braços da mãe e deitado numa manjedoura, nos encoraja com ternura. Precisamos deste incentivo”, indicou.
A intervenção, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, evocou as “jovens mães e os seus filhos, que fogem de guerras e da fome ou à espera, em campos de refugiados”.
Francisco pediu “artesãos da fraternidade”, que saibam “voltar a tecer os fios de um mundo dilacerado pelas guerras e pela violência”.
“O mundo muda e a vida de todos só melhora se nos colocamos à disposição dos outros, sem esperar que eles comecem”, acrescentou.
A Igreja Católica celebra a 1 de janeiro o Dia Mundial da Paz, instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978); Francisco escolheu, como tema da sua mensagem para 2022, o ‘Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura’.
O Papa apelou ao compromisso de todos por esta causa, com “gestos concretos” e uma visão positiva.
“Que a Mãe de Deus, Rainha da Paz, no início deste ano obtenha harmonia para os nossos corações e para o mundo inteiro”, desejou.
Após a recitação do ângelus, Francisco recordou a mensagem que escreveu para o Dia Mundial da Paz, agradecendo as iniciativas promovidas para assinalar esta jornada, nas dioceses católicas.
“No início do novo ano, desejo a todos a paz, que é o resumo de todos os bens. A paz!”, afirmou.
A Praça de São Pedro contou com uma delegação da comunidade católica de Santo Egídio, que evocou todos os países que vivem as consequências das guerras e do terrorismo.