Rancho Folclórico do Centro Lusitano de Zurique comemorou três décadas de danças e cantares minhotos
Fundado em 1989, por um grupo de quatro amigos, o Rancho Folclórico do Centro Lusitano de Zurique (CLZ) celebrou neste sábado três décadas de danças e cantares minhotos. Para comemorar a data, o rancho organizou uma festa que teve lugar em Schlieren no Sporthalle e juntou todos os amigos e fãs desta tradição portuguesa. Apesar de “no inicio ter sido um pouco dificil”, como conta António Fernandes, actual presidente do grupo, o Rancho Folclórico do CLZ, conta agora com mais de 60 participantes de todas as idades. Este grupo traja as diferentes zonas do Minho no corpo e percorrem os mais variados festivais nacionais e internacionais para levar ao mundo a tradição portuguesa. Em 2009 o grupo conseguiu lançar o seu primeiro CD e preparam novas surpresas para o futuro.
Para deleite dos espetadores, o certame pode contar com a participação de grupos e bandas vindas de Portugal, como o Rancho Folclórico Terras de Portugal, Os Nova Onda, o Grupo de Danças e Cantares do Centro Social Bonitos de Amorim e a participação especial de Cláudia Martins & Minhotos Marotos. Sendo que a abertura da noite foi levada a cabo pelo grupo aniversariante, enquanto se iniciava o jantar. Durante o festival, os espetadores podiam ainda se deliciar no exterior com farturas, ou comprar produtos portugueses desde queijos, enchidos, doçaria regional e ainda malas de cortiça, tudo patrocínios que “sem eles seria dificil organizar um evento desta dimensão”, como salientou António.
Carmen Santos (39), trouxe as filhas Mariana (20) e Beatriz Santos (16) de Amorim, Póvoa do Varzim, para juntas actuarem na festa de aniversário. O grupo, que estava pela primeira vez fora de Portugal, suportou as despesas de deslocação e estadia, pela devoção a esta tradição. “Os custos foram todos por conta própria à exceção das refeições, mas está tudo muito bem organizado e foi uma ideia magnífica”, referiu Carmen ao Luso.eu. As três ainda tiveram direito a serem supreendidas pelos familiares emigrados na Suíça, que vieram de propósito a Zurique para as verem, deixando a jovem Beatriz muito comovida.
Sónia Cunha, veio de Pieterlen em Bern, onde vive há 12 anos para prestar a sua homenagem ao grupo de Zurique e ao mesmo tempo assistir ao grupo de Amorim, do qual gosta muito. A membro do Rancho Folclórico de Bern, salientou a boa organização e comida. “Estou a gostar de tudo, está tudo óptimo”, referiu Sónia.
Há 43 anos na Suíça, José Azevedo (45), antigo presidente e dançarino do Rancho Folclórico do CLZ, ficou muito contente com o certame e a forma como foi organizado, deixando uma mensagem de parabéns à organização.
Por 25 anos foi presidente do grupo, que considera “depois da família e empresa, uma terceira família”. Não considera uma paixão, apenas refere que o rancho sempre fez parte da sua vida “e tem aqui muitos amigos” e, como tal, costuma ir a praticamente a todos os eventos, tendo até trazido consigo para esta celebração amigos de Portugal e um casal que fez cerca de 150km só para jantar ao som dos cantares tradicionais do Minho.
Diogo Nogueira (26), emigrado em Zurique há 6 anos, veio a convite de amigos ver o festival. “Está muito bem organizado, apenas acho que o som está alto demais”, refere o mesmo que, apesar de não ser um género que goste muito, simpatizou com o certame acrescentando que “está muita gente, o ambiente está bom, os espetáculos são interessantes e penso que está tudo a correr bem”.
De acordo com o presidente do Rancho Folclórico do CLZ, a festa foi um sucesso e contou com dezenas de espetadores; além disso, o grupo tem contado com cada vez mais espetáculos e mais pessoas que aderem “a estas tradições, o que é uma grande alegria”. Apesar de no final de Novembro deixar o cargo de presidente, António não pode deixar em branco a ajuda que recebeu e quis “agradecer a todos os patrocinadores, amigos e elementos do rancho e seus familiares pela grande ajuda para que esta festa fosse bem sucedida”.
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