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Submarino “Arpão” da Marinha Portuguesa em patrulha no Mediterrâneo Central documenta trasfegas oceânicas entre petroleiros

Mediterrâneo
Outubro-Novembro de 2024

 

Ao longo de 2023 e 2024 têm sido referenciadas inúmeras operações STS (“Ship-to-Ship”) de trasfega entre navios petroleiros no Mediterrâneo, com especial incidência nas regiões ao largo de Ceuta, ao largo de Malta (Banco de Hurd), ao largo da Sicília (no Mar Jónico) e ao largo da Grécia (no Golfo da Lacónia), estas últimas (assinaladas em anexo) parte da região onde, no Mediterrâneo Central, o NRP Arpão esteve, ao longo de Outubro e Novembro de 2024, em patrulha. Estas acções de STS são usadas como expediente por países sob sanções internacionais de exportação de produtos petrolíferos, como a Federação Russa e o Irão, como forma de, usando transferências não documentadas (fora dos portos) entre diferentes navios, ocultarem ou camuflarem as origens e destinos da carga. O submarino da Marinha Portuguesa realizou fotos, com recurso aos seus electro-ópticos, de uma destas operações entre dois navios petroleiros no Mediterrâneo Central.

 
 

O NRP Arpão (S161), submarino da classe Tridente da Marinha Portuguesa, comandado pelo (OF-3) Capitão-tenente Paulo Ricardo Oliveira Macedo da Silva com uma guarnição de 37 militares, largou a 7 de Outubro de 2024 da Base Naval de Lisboa afecto à Operação “Sea Guardian” da NATO. A Operação “Sea Guardian”, lançada pela NATO em Novembro de 2016, tem por objectivos o garante da segurança e capacitação de meios no Mediterrâneo, especialmente orientada à luta anti-terrorismo e ao garante da segurança marítima e liberdade de circulação – bem como ainda à protecção de infra-estruturas críticas. Participou ainda na Operação “Irini” da União Europeia (EUNAVFOR), que incide, desde 2020, sobre o tráfico de armas para a Líbia no contexto da sua Segunda Guerra Civil, bem como na Operação “Noble Shield” da NATO, de reforço de presença e dissuasão no Teatro de Operações do Mediterrâneo.
Na primeira semana de Novembro de 2024 o NRP Arpão foi referenciado no Porto de Taranto, no Sul de Itália, e, na foto anexa, já no Mediterrâneo Ocidental, atracado, em finais de Novembro de 2024, na Base Naval de Mahón, geo-referenciação 39.893206502157405, 4.268253468197397 , ref. https://maps.app.goo.gl/GM3msUW8Yh4YARSu8 , no Leste de Menorca, nas Ihas Baleares, no Sul de Espanha.

Em Agosto de 2022, ref. https://vmtv.sapo.pt/mondego-intercepta-petroleiros-chineses/ , dois navios petroleiros de pavilhão panamiano, o “Crystal Rose” e o “Natalina 7”, tendo como proprietários registados, desde Maio de 2022, em Dalian, Liaoning, China – a Nabnek Maritime Inc e a Anvik Maritime Inc, respectivamente, foram interceptados pela Marinha Portuguesa ao largo da Região Autónoma da Madeira, indiciados pelo transporte por trasfega oceânica de crude com origem na Federação Russa.
Construído pela Howaldtswerke-Deutsche Werft GmbH (HDW), em Kiel, na Alemanha, sob tipologia U-209PN, o NRP “Arpão” entrou ao serviço da Marinha Portuguesa em 22 de Dezembro de 2010. Desloca 2 020 toneladas submerso, com um comprimento de 67,7 metros e um boca de 6,35 metros, capaz de uma velocidade, submerso, de 20 nós (37 km/h), com um alcance operacional de 12 000 milhas náuticas (22 000 km).

 
 

Com uma guarnição base de 33 elementos (7 oficiais, 10 sargentos e 16 praças), está armado com 8 tubos lança torpedos de 533mm (4 deles aptos ao lançamento de mísseis UGM-84L “Harpoon”). Transporta até 12 torpedos WASS Blackshark. Pode ainda transportar 10 militares adicionais de unidades de operações especiais, designadamente operacionais do DAE (“Destacamento de Acções Especiais”) da Marinha Portuguesa.

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