UMinho quer melhorar eficiência energética das habitações sociais
A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) e cinco parceiros europeus estão a criar um modelo para tornar as habitações sociais sustentáveis e energeticamente eficientes. O projeto chama-se ARCAS e conta até 2023 com 1.3 milhões de euros do Programa Interreg Sudoe/FEDER. A próxima reunião do consórcio é 14 e 15 de outubro na UMinho, em Guimarães.
“Queremos ajudar os governos nacionais, regionais e locais na reabilitação energética de bairros sociais e de edifícios de habitação coletiva, através da criação de uma ferramenta com indicadores-chave e as melhores técnicas ao dispor que permita maximizar a arquitetura energética, promovendo assim a eficiência, a qualidade do ar e o bem-estar social”, explica Manuela Almeida, professora do Departamento de Engenharia Civil da EEUM e investigadora do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE).
A ferramenta vai juntar metodologias de avaliação e projeto, valorizando a reabilitação de áreas urbanas e as energias renováveis. A intenção é ser aplicável e reproduzível por administrações públicas, construtores e associações profissionais, entre outros. A sua utilização visa nomeadamente o sudoeste europeu, que tem um clima mediterrânico, mas não está de parte que possa suscitar adaptações a outros contextos. O ARCAS insere-se nas políticas da UE no combate à pobreza energética, a qual atinge várias regiões e faixas populacionais.
Este projeto é coordenado pela Fundación de Estudios sobre la Edificación de Asturias, em Espanha, incluindo ainda daquele país o Governo de Cantábria, a Universidade do País Basco, bem como a Universidade La Rochelle e a Plataforma Tecnológica e Inovadora para a Eficiência Ambiental, ambas em França, além da UMinho. O Município de Braga (com os bairros das Andorinhas, Enguardas e Santa Tecla) está entre os parceiros associados, a par de entidades do país vizinho como o Ministério de Transição Ecológica, o Ministério dos Transportes e Agenda Urbana, a Direção-Geral de Habitação das Astúrias, a Xunta da Galiza, municípios ou associações profissionais de arquitetura e construção e, do lado francês, a Comunidade Intermunicipal e o Gabinete de Habitação Pública de La Rochelle.
O consórcio já cumpriu metade do período de execução do projeto e avança com o desenvolvimento da ferramenta digital ARCAS para apoiar a reabilitação de edifícios de habitação de interesse social, centrada na poupança de energia e na qualidade do ar. Esta iniciativa multidisciplinar procura aproveitar edifícios existentes para encontrar novas alternativas e soluções para alguns problemas causados pelas alterações climáticas e pela pobreza energética. A ferramenta apoia-se em tecnologias de machine learning para diagnosticar o estado inicial do edifício e propor novas estratégias de melhoria a médio e longo prazo a implementar na fase de reabilitação.