Montalegre celebra hoje 750 Anos
O município de Montalegre assinala hoje 750 anos. Uma jornada que irá ser celebrada pela autarquia com um conjunto de atividades culturais estendidas ao longo deste 9 de junho conforme está detalhado no cartaz que ilustra esta informação.
A sessão protocolar, a realizar no Salão Nobre dos Paços do Concelho, conta com a presença da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira.
Face à previsão de mau tempo, vão ser procedidas alterações ao programa que assinala, esta sexta-feira, os 750 anos da outorga do 1º foral a Montalegre por D. Afonso III. Neste sentido, a guarda de honra está condicionada às condições climatéricas bem como o cortejo medieval que, a realizar-se, será feito pela Rua Direita até ao interior do Pavilhão Multiusos onde irá decorrer a leitura do foral.
“Ai! Não há gente
Mais valente e prazenteira
Do que esta cá da fronteira
Do Norte de Portugal!”
Os primeiros versos da Marcha de Montalegre representam a verdadeira essência dos povos de Barroso. Valentia rebuscada da vontade indómita de prevalecer não sobre um território agreste e áspero, mas com essa mesma natureza rude e tantas vezes injusta que moldou o barrosão. Prazenteira, porque a hospitalidade é um valor inegociável em Barroso que, ao jeito do “Entre quem é!”, mantém intactas as ancestrais boas maneiras de receber quem quer que surja por entre a porta quase sempre aberta. Montalegre celebra no próximo 9 de junho os 750 anos da atribuição do foral.
Provecta idade esta de um dos bastiões da nacionalidade. Não obstante o simbolismo da data, a efeméride que antecede o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é celebrada com os olhos virados para o futuro. Montalegre tem razões para tal. Terra do Padre Fontes, a figura maior do Barroso, atual e perpétuo mestre de cerimónia da já mítica Sexta 13 – Noite das Bruxas, passando pela dupla e singular distinção de se constituir, em simultâneo, território Património Agrícola Mundial e Reserva da Biosfera, é inegável que Montalegre tem demonstrado, ao longo dos anos, uma particular capacidade de adaptação aos desafios da contemporaneidade.
Com uma superfície superior à da ilha da Madeira – reforçado por uma raia seca com cerca de 70 km extensão – Montalegre tem o arrojo de capitalizar os ativos naturalmente ao seu dispor. Os seus encantos vão muito além da paisagem, passando pelo património gastronómico, onde se destaca naturalmente o Cozido Barrosão, elaborado com o famoso Fumeiro de Montalegre e com a carne da raça barrosã. A tradição ainda é o que era em Montalegre e os velhos laços firmados com a terra ainda permanecem fortes, constituindo o princípio elementar da recheada Agenda Cultural do município. Com o estatuto que 750 anos de história conferem, Montalegre assume-se, naturalmente, como terra fria capaz de aquecer o coração mais gelado.
