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Alunos do Politécnico de Viana do Castelo apresentam projeto “Uniendo Vidas” no México

Levar a educação e a cultura aos refugiados que chegam é objetivo da carrinha que dará vida ao projeto

 

Ana, Sérgio, Mariana e Gustavo sonham “deixar o mundo um pouco melhor” e esperam levar a educação e a cultura aos refugiados quando chegam ao país que os acolhem. “Uniendo Vidas” é o projeto que os alunos da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vão apresentar no Tecnológico de Monterrey, no México, de 4 a 8 de julho, no âmbito da 2.ª edição do Sfera Experience, que une alunos de 11 universidades ibero-americanas.

 
 

Uma carrinha que leva a educação e a cultura aos refugiados que tenham acabado de chegar ao país é o projeto apresentado por quatro alunos finalistas da Escola Superior de Ciências Empresariais do Politécnico de Viana do Castelo na 2.ª edição do SFERA Experience. Trata-se de uma iniciativa de inovação social da Fundación Universidad Camilo José Cela, de Espanha, que conecta estudantes de universidades ibero-americanas para que possam propor projetos empreendedores como resposta aos desafios sociais e ambientais. Ana Cerqueira, aluna do 3.º ano do curso de Licenciatura em Marketing e Comunicação Empresarial da ESTG-IPVC, e Sérgio Fernandes, aluno do 3.º ano do curso de Licenciatura em Organização e Gestão Empresariais da ESTG-IPVC, vão apresentar o projeto, representando o Politécnico de Viana do Castelo no México.

A base de trabalho desta 2.ª edição do Sfera Experience está assente no desafio da Educação para os Direitos Humanos (ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). “Escolhemos a temática das pessoas em situação vulnerável, até porque é impossível ignorar o que está a acontecer, sobretudo, na Ucrânia e as consequências no continente europeu”, justifica Ana Cerqueira, aluna do 3.º ano do curso de Licenciatura em Marketing e Comunicação Empresarial, evidenciando que “não é fácil a adaptação à realidade do novo país”.

 
 

Numa primeira fase do projeto, “a ideia é que professores reformados e tradutores possam ir ao encontro dos recém-chegados ao país para os ajudar com as questões mais burocráticas, nomeadamente documentação, a habitação ou o mercado de trabalho”, explica Ana Cerqueira. Mas há mais. Perceber junto dos refugiados o que gostavam de fazer nos países de origem para proporcionar atividades do género no país que os acolhe é outro dos objetivos do “Uniendo Vidas”. Depois de integrados, “espera-se que os refugiados possam ajudar a acolher outras pessoas que cheguem, entretanto, ao país”, adianta ainda a aluna. 

O projeto do Politécnico de Viana do Castelo apresentado na 1.ª edição do Sfera Experience, realizada o ano passado, conquistou o 2.º lugar, por isso, as expetativas deste ano são elevadas. Vencer este desafio internacional é um desejo dos alunos envolvidos no projeto até porque o prémio é uma bolsa que compreende inscrição e frequência do Master em Madrid, durante um ano. Mas se não ficarem em primeiro lugar, os alunos já ganharam. “O que já vivemos e aprendemos só por si está a ser uma oportunidade incrível. Descobrimos novas culturas, aprendemos uma nova língua, conhecemos histórias impressionantes e impactantes e tudo isso está a ser muito bom”, confidencia Ana Cerqueira, referindo ainda que ir ao México vai ser “uma experiência única”. “Representar o nosso país, o nosso instituto e a nossa escola num projeto internacional já é um orgulho para nós”, assume.

 

Também Sérgio Fernandes, aluno do 3.º ano do curso em Licenciatura em Gestão e Organização Empresariais da ESTG-IPVC, confessa que esta experiência “está a ser muito boa”, já que está a permitir “ter contacto com outras culturas e aprender tanto”. Sérgio Fernandes sabe que “a competição é muito forte”, mas a expetativa de ganhar “é muito grande”.

Participação de universidades ibero-americanas

 

O projeto SFERA Experience, que se realiza pela segunda vez, é um “espaço colaborativo de inovação social” em que alunos interdisciplinares pertencentes a universidades ibero-americanas participam na competição por equipas, onde podem trabalhar juntos para enfrentar desafios que envolvam transformações sociais em prol da comunidade local ou global.  O Sfera baseia-se em quatro pilares: no social (sociedade no centro de cada desafio), no acompanhamento (plataforma de formação e escuta, oferecendo ferramentas on-line que garantem uma atenção personalizada apoiada por uma rede de profissionais em empreendedorismo social), na responsabilidade (com foco na promoção da realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e na ação (ecossistema multidisciplinar e internacional desenvolvido para aumentar a transferência de conhecimentos universidade-sociedade através de iniciativas de empreendedorismo social).

Este ano, participam grupos de alunos de 11 universidades. Para além do Politécnico de Viana do Castelo, integram esta 2.ª edição a Universidad Camilo José Cela, de Espanha, a Universidad Columbia del Paraguay, a Universidad de Costa Rica, Universidad San Francisco de Quito, no Equador, a Universida Nacional Autónoma de Nicarágua, a Universidad de Panamá, o Tecnológico de Monterrey, no México, a Universidade Yachay Tech, no Equador, e a Universidade de Cork, na Irlanda.

 

A professora Helena Santos, que está a acompanhar os alunos, sente-se “orgulhosa” pelo trabalho feito. “É com grande honra que o Politécnico de Viana do Castelo foi convidado a participar”, aplaude a docente, garantindo que este projeto “é uma mais-valia para os alunos e muito importante pelo método e pela forma que é desenvolvido, permitindo o crescendo conhecimento”. O projeto desenvolvido este ano pelos quatro alunos da ESCE-IPVC, dois do curso em Licenciatura em Marketing e Comunicação Empresarial e outros dois do curso de Licenciatura em Organização e Gestão Empresariais, passou pela criação de um sistema de apoio a pessoas deslocadas do seu país e para Helena Santos o “Uniendo Vidas” “é uma ideia muito boa e tem tudo para vencer”.

O projeto surge numa “lógica de pensamento sistémico” com formação de vários formadores da universidade, onde os alunos têm oportunidade de conhecer e trabalhar o método desenvolvido. A experiência implica aprendizagem de novo software, participação em seminários, realização de atividades de mindfulness e conhecimento de soluções empreendedoras na área da economia social.

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