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Modernizar Lenços de Namorados para reforçar mensagens atuais de amor e defesa do Planeta

Mesa-redonda juntou em Vila Verde investigadores portugueses e estrangeiros para falarem da afirmação da “identidade artesanal regional” no mundo globalizado 

 

“Modernizar os Lenços de Namorados e adaptá-los à sociedade atual”, tendo em conta o valor e a pertinência das mensagens que transmitem, é o novo desafio lançado hoje numa mesa-redonda que juntou em Vila Verde vários investigadores portugueses e estrangeiros, no âmbito da programação de ‘Fevereiro – Mês do Romance’. 

 
 

Designer especialista em artesanato e inovação, Miriam Zanini sustentou-se num trabalho desenvolvido junto de um grupo de jovens para defender a necessidade de “estimular as novas gerações a contar a sua própria história através dos Lenços”, potenciando a sua capacidade para “inovar e adaptar à nova realidade digital e global”. 

Neste processo, as mensagens dos Lenços assumem papel central. Como sublinhou a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, os lenços falam de amor, emoções e sentimentos, relativamente a diferentes aspetos da vida, das relações familiares e amorosas à terra e ao planeta. 

 
 

“São mensagens de alerta para várias causas ambientais, sociais, humanas. Os Lenços são mensageiros destes alertas e também da paz”, sublinhou Júlia Fernandes, valorizando a afirmação de Vila Verde como “Terra de Amor, onde o Amor acontece”.  

A autarca fez questão de destacar a força dos Lenços, sustentados na sua autenticidade popular. “Estamos a falar de um pano branco de linho, que é um autêntico tesouro, uma verdadeira obra de arte, feita com simplicidade e por uma rapariga em idade de casar, mas que chega aos nossos dias com um valor incomensurável”.  

 

Na Casa do Conhecimento, a mesa-redonda orientada opor Manuel Barros, especialista em gestão pública e coordenador de serviços no Instituto Politécnico do Porto, sobressaiu a perspetiva de criar “novas oportunidades de negócio e novas carreiras profissionais”, com base na afirmação da “identidade artesanal regional” no mundo globalizado. 

Jean Yves Durant, antropólogo e investigador da Universidade do Minho, defendeu também o conceito dos Lenços de Namorados adaptado ao “urban craft”, como uma estratégia “inovar na comercialização de produtos” da marca Namorar Portugal. 

 

A evolução deve assegurar a preservação da marca identitária do produto e do território, como reclamou João Abreu, diretor geral da Academia das Emoções e docente no ensino superior. Em seu entender, “há coisas que só podem ser feitas num só lugar”. É como acontece com Vila verde, a Terra dos Lenços de Namorados, enaltecendo o trabalho diferenciador e inspirado nos Lenços de Namorados, do qual surgiu a marca Namorar Portugal e o Mês do Romance. 

Para esse processo muito tem contribuído o trabalho dos artesãos e parceiros da marca Namorar Portugal. O formador e artesão Fernando Rei abordou a importância dos Lenços de Namorados na área têxtil, comparando os fios dos tecidos como condutores da criação de peças em tecelagem com os motivos dos Lenços de Namorados. 

 

“Ao abraçar a arte da tecelagem, transformei os bordados dos Lenços e coloquei-os nos tecidos. Há uma transformação dos motivos dos Lenços em peças têxteis, onde transmitimos nas peças toda a nossa identidade. Esta relação tem a força contemporânea da transformação e inovação. Os fios transmitem a cultura de um povo e meu caso as minhas peças transmitem a mensagens dos Lenços de Namorados”, explicou. 

Luís Durães, professor e coordenador no ISCET, reconheceu que “a marca identitária posiciona Vila Verde como destino de excelência única, pois é um território com identidade diferenciadora, empreendedorismo, identidade e singularidade”. 

“Os lenços são o ícone identitário na estratégia do concelho. Muito já foi feito nesta área e muito mais se pode fazer. Vila Verde é um destino pelo qual nos enamoramos e o Lenço de Namorados é o suporte para que isso possa ser possível e levar o nome Vila Verde como destino de eleição aos quatro cantos do mundo”, testemunhou Luís Durães, numa sessão de debate que contou com dezenas de participantes, entre investigadores, autarcas, empresários e líderes associativos. 

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