“O mundo rural é uma das ancoras do futuro da Europa”
O relatório liderado pela eurodeputada portuguesa, Isabel Estrada Carvalhais, sobre “Uma Visão a Longo Prazo para as Zonas Rurais da União Europeia – Rumo a áreas rurais mais fortes, conectadas, resilientes e prósperas até 2040” foi aprovado esta semana por larga maioria do Parlamento Europeu.
O grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu está empenhado em dar voz aos cidadãos que habitam nas zonas rurais, em particular aos que têm mais dificuldade em ser ouvidos, como os que vivem nas nossas zonas rurais mais remotas e desfavorecidas.
A comunicação da Comissão Europeia sobre a visão a longo prazo para zonas rurais da UE veio abrir na agenda política europeia um espaço importante de debate que, segundo Isabel Estrada Carvalhais, “de modo algum deverá ser desperdiçado, para reforçar a necessidade urgente de ação nas zonas rurais, tanto no curto como no longo prazo”.
Durante o debate, a relatora e membro do Grupo S&D, afirmou:
“Entendo as zonas rurais como decisivas na resposta aos grandes desafios societais que enfrentamos, em particular, nestes tempos difíceis, com uma guerra em curso na Ucrânia infligida pela Rússia e ainda com as consequências da pandemia. O futuro das zonas rurais, que se estendem por mais de 80% do território da União Europeia, é, mais do que nunca, da maior relevância para a segurança alimentar da Europa e para o sucesso do Pacto Ecológico Europeu.
Mas, mais do que isto, é sobretudo um imperativo ético e político que os homens, as mulheres, as crianças, os jovens, os idosos, enfim, todas as pessoas que vivem no mundo rural, tenham condições iguais às de qualquer outro cidadão da União Europeia para poder fazer pleno uso da sua cidadania”.
As zonas rurais representam 83 % do território total da UE e são da maior importância para a produção de alimentos, florestas e produção de energia. Nelas vivem cerca de 137 milhões de pessoas (30 % da população da UE), um número que tem vindo a diminuir nas últimas cinco décadas. Os constrangimentos estruturais que afligem as zonas rurais, colocam um travão ao seu desenvolvimento, em particular das zonas mais remotas e menos desenvolvidas. O envelhecimento da população é um dos maiores desafios: para cada agricultor com menos de 35 anos há mais de seis agricultores com idade superior a 65 anos.
“Se queremos proteger as nossas zonas rurais e desenvolver o enorme potencial que elas possuem, este é o momento de darmos um passo em frente e começar desde já a trabalhar para o próximo período de programação. A visão a longo prazo deve evoluir para uma verdadeira estratégia rural a nível da UE, que inclua todas as diferentes políticas, apoiada a nível local por estratégias rurais nacionais e regionais”, afirmou a deputada.
Para a deputada socialista:
“O mundo rural é uma das âncoras do futuro da Europa: na resposta coletiva às alterações climáticas, na capacidade de recuperação e preservação de biodiversidade, na garantia da nossa segurança alimentar, nos desafios da coesão territorial e social. Mas o mundo rural é também vital para a vitalidade contínua das nossas democracias, pois são as democracias saudáveis que garantem que ninguém é deixado para trás.
Por todas estas razões, o mundo rural não pode esperar. “