Reacendem-se os Fornos da Cruz de Pedra com ateliers e centro interpretativo das artes e mesteres de Guimarães
O Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, fez as honras da histórica casa de artes e ofícios na zona da Cruz de Pedra, produzindo e assinando o primeiro objeto em barro. Neste dia 1 de outubro, na presença de Paulo Lopes Silva, e Vereador da Câmara Municipal e Presidente da Direção d’A Oficina, foi também assinalada a abertura ao público com os primeiros visitantes a descobrir um outro olhar do património industrial do concelho vimaranense.
Para Domingos Bragança, a requalificação dos Fornos da Cruz de Pedra “foi tão bem conseguida que só por si vale a visita dos vimaranenses. É um edifício e um espaço lindíssimo, cheio de memórias da olaria e da cantarinha dos namorados”, ligando a comunidade às tradições locais, com um museu interpretativo que conta a história não só da olaria como também dos vários ofícios que predominaram na região, como os curtumes, as cutelarias ou os têxteis. O edil partilhou o seu desejo de ver o espaço como um local de comunidade, “insistindo no convite aos vimaranenses, em especial aos alunos das nossas Escolas, a terem a experiência de meter as mãos no barro” e a serem “oleiros por um dia”.
Escolas e IPPSS locais fizeram uma visita ao novo Centro de Artes e Ofícios dos Fornos da Cruz de Pedra, cujo objetivo é reavivar memórias das pequenas indústrias que formavam a base do tecido industrial do norte de Portugal. Em Guimarães, esses pequenos polos produtivos eram cruciais para a economia local e contribuíram com o seu “saber-fazer” para a industrialização. Como destaca Paulo Lopes Silva, responsável pelas pastas do Turismo e da Cultura, “este poderá bem ser um ponto de partida para o novo roteiro do Turismo Industrial de Guimarães”, lançado em junho passado. Para Paulo Lopes Silva, “esta exposição mostra muito para lá daquilo que é a olaria e o artesanato em Guimarães”, evidenciando um trabalho profundo de proteção e promoção do artesanato e dos mesteres tradicionais, que se vê refletido nas certificações dos Bordados de Guimarães e da Cantarinha dos Namorados.
Este novo espaço de cultura e tradição de Guimarães conta com diversos espaços para a conceção de produtos tradicionais, utilizando técnicas antigas, parte delas conservadas pelo nome maior da olaria vimaranense, o mestre Joaquim Oliveira, que dará nome a uma das salas desta destacada obra de reabilitação urbana, numa das zonas com mais história neste tipo de artesanato da cidade de Guimarães.
O Centro de Artes e Ofícios dos Fornos da Cruz de Pedra encontra-se agora sob a gestão da cooperativa A Oficina e estará aberto ao público de forma gratuita até ao dia 31 de dezembro. Várias instituições de ensino e de solidariedade social serão também desafiadas a visitar e trabalhar com os mestres e artistas que estarão em processos de residência artística.